Entre a morte e a vida
Albino, apôs um ataque cardíaco, estava metade morto e metade vivo. Coisa para a qual, a ciência não encontrava explicação. Morto da parte direita, vivo da parte esquerda. O coração batia regularmente visto encontrar-se do lado esquerdo, não conseguia falar, mas conseguia raciocinar. Por sinal, à medida que a podridão da metade direita ameaçava progressivamente a metade esquerda, o raciocínio de Albino tornava-se mais lúcido. Neste duelo, entre a morte e a vida, ganharia a morte, com certeza, a morte é de facto muito mais forte. Mais forte que a morte, é o amor que Albino tem pela vida. Antes que a morte se apodere definitivamente do corpo, decide sacrificar a metade esquerda.
2 Comments:
Ando precisamente a ler "As Intermitências da Morte" de Saramago. Até parece tirado de lá. Se parece Saramago, é porque está bom.
Al
Perceber ou não perceber, não tem relevância. É um paradoxo e como tal não tem solução lógica.
Se bem que o destino está traçado, seja qual for a decisão, no fundo é sermos derrotados por nossa vontade ou por imposição.
Macaco adriano
"As Intermitências da Morte"- ainda não li.
"Se parece Saramago, é porque está bom. "- São gostos, há quem goste e quem não goste.
Pessoalmente acho Saramago bom.
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