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Localização: Trás-Os-Montes, Portugal

segunda-feira, março 06, 2006

Injustiças

Hoje vou fugir ao habitual deste blog...

Porquê?
Porque ontem ouvi uma frase... que pode também confundir muita gente...

Vem a frase dita... em relação ao possível encerramento da maternidade de Mirandela
A frase dita:
" Nascer uma ou duas crianças por dia, não é razão suficiente para manter uma maternidade..., não é eficiente, Para menter uma meternidade aberta é preciso uma equipa médica de 8 em 8 horas... gasta-se muito dinheiro..."

Se o problema é o dinheiro aqui ficam algumas notas:

1- Trá-os- Montes não é parasita de Portugal, ao contrário do que muita
gente, mal informada, pensa...
- Á maior parte da energia eléctrica produzida em Portugal, é produzida em Trás- os- Montes..., só por si já diria tudo... mas há mais
- Mirandela é o concelho que mais azeitona produz, sendo o azeite de Mirandela o melhor( ou dos melhores); Trás- Os-Montes é a região que produz mais azeitona...
- Somos os maiores produtores de castanha...
- O Vinho do Douro, é todo produzido em Trás-os -Montes, como as uvas do Vinho do Porto
- Somos doos maiores produtores de amêndoa
- Somos grandes produtores de cereja, mel, cortiça
- A maçã de Carrazeda é a melhor do mundo

Coisas que nos tiram ou não nos dão, fazendo com que a região se desertifique:
- Estradas, tirando o IP4 (estrada da morte) não temos uma unica estrada de jeito
- Os verdadeiros insolares somos nós e não a Madeira
- Escolas, hospitais, etc.....

mesmo na situação actual há mães que tem que andar 80 a 90 Km para poderem ter um filho... acham justo?

Não há dinheiro para dar a Trás-os-Montes, mas nós oferecemos muito ao pais

Se o estado quisesse Trás-os-Montes não ficava deserto como cada vez mais está a ficar... se houvesse algumas oportunidades de trabalho, que podia haver sem qualquer dúvida, visto sermos autosuficientes, não sairiamos de lá

Portugal queixa-se dos bairros de lata nas redondezas das grandes cidades mas não se faz nada para combater isso... o combate à desertificação era sem dúvida o caminho...
Não que os transmontanos vão para bairros de lata, a grande maioria dos transmontanos safa-se sempre, porque são pessoas trabalhadoras...

Bem já chega

Abraços

11 Comments:

Blogger antónio paiva said...

.....compreendo e apoio a tua revolta, nasci no campo no meio da serra, embora não tanto a norte como tu, assim é meu caro confrade, para dar conforto e bem estar a uma quantidade de previligiados que passam a vida a queixar-se, sacrifica-se os mesmos fustigados de sempre, a desertificação do interior de um país, é quer queiramos quer não a ruína desse mesmo país, neste caso o nosso, mas não há consciência disso, aliás ultimamente promove-se o turismo no interior, apresentando os resistentes e trabalhadores incansáveis, que conforme podem vão impedindo que o interior se torne uma selva, como eu dizia são exibidos como indios numa reserva, para reforçar uma nova vida tem um valor incalculável, mas isto é mais uma prova do desprezo pelos seres que nascem para nos dar continuidade, somos uma sociedade de bestas alucinados com as novas tecnologias, e com o nosso umbigo.....
Abraço

1:26 da manhã  
Blogger deep said...

Como trasmontana, subscrevo tudo o que escreveste... com um jeitinho até acrescentaria mais umas coisitas, mas, a esta hora da madrugada, faltam as palavras certas... Infelizmente o protesto corajoso do Sr. Presidente da Câmara de Mirandela nada pode contra a obstinada política economicista deste governo... Boa semana.

2:57 da manhã  
Blogger Ana said...

Infelizmente para nós não é só dos Trás-os-Montes que o Governo se esqueceu... Na Guarda a maternidade ora está aberta ora está fechada e o hospital não tem condições nenhumas.

Enquanto capital de distrito, a Guarda não consegue manter os seus habitantes satisfeitos e tudo o que sejam investimentos que podem ajudar a dinamizar a cidade são "roubados" pelas cidades mais próximas. A desertificação é "só" mais um problema que agrava a situação!

12:37 da tarde  
Blogger greentea said...

já há uns tempos que não vou para esses lados. em agosto passei em Vila Real e fiquei espantada com o crescimento da cidade. Quanto à desertificação assisto ao mesmo panorama na Guarda - encerramento das escolas , de centros de saúde, da maternidade, and so on e falta de abertura (de espirito) para acolher, reintegrar os que vêm que voltam ou que querem fugir das cidades saturadas e viver num ambiente mais calmo, mais saudável, mais rico em todos os sentidos

2:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não sou transmontana, mas sou bem informada, e realmente tudo o que referiu no post é um facto..uma realidade...
Infelizmente quando se pensa em desenvolvimento, só se pensa para o litoral...O mais engraçado, é que para alem de todas as infraestruturas que têm, o envelhecimento da população aumenta de dia para dia nos grandes centros urbanos...Lisboa e Porto.
Dizemo-nos um país do primeiro mundo...mas a mentalidade não acompanha...
beijos

5:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ai k belas alheiras e paisagens lindas =D
Sendo alfacinha concordo plenamente
Sorrisos com beijos

9:25 da tarde  
Blogger Mac Adame said...

Muito bem. Excelente análise. Produzindo ou não, Trás-os-Montes seria sempre esquecido (como outros sítios de Portugal) pelos governos centralistas que temos. Os transmontanos é que são os insulares e não os madeirenses, como dizes. Sabes porquê? Porque a Madeira tem um governo regional de cujo líder os continentais não gostam porque, independentemente de todos os defeitos que possa ter, tem garantido desde há muitos anos o paulatino desenvolvimento da Madeira. O problema é que a maioria dos portugueses não gosta de mudar. Prefere a continuação da miséria, mesmo quando já não tem nada a perder. Afinal, já nos foi dada, por referendo, a hipótese da regionalização. Quem sabe se Trás-os-Montes não teria alguém que o defendesse, como a Madeira tem? Mas que disseram os portugueses? Disseram não à regionalização. Talvez tenhamos então o que merecemos.

11:21 da tarde  
Blogger lince said...

Excelente post. Ao qual digo apenas, “presente”.
A vossa luta não poderá ser apenas regional, tem de ser nacional!
Abraço fraterno.

3:01 da manhã  
Blogger Amaral said...

Não chega, não! Seja Trás-os-Montes ou outro qualquer lugar de Portugal. Tudo o que apontas é mais que suficiente para abrir os olhos e escancarar os ouvidos dos nossos políticos. E o que dizem as autarquias? O que faz o presidente camarário? Nascer uma ou duas crianças, não justifica a continuação da maternidade?... Esta denúncia é mais que justa. Deverá ser o princípio de muito mais...

3:46 da manhã  
Blogger Elipse said...

os governos são compostos de meninos que cresceram na cidade ou de outros que renegaram a origem;
os governos lidam com números e convertem tudo a umas folhas de cálculo que têm no cabeçalho os grandes grupos económicos e esses não precisam de maternidades, nascem de geração espontãnea e têm mesmo sem terem vendas.
Não consigo perceber onde vai ter a acção política deste governo e sei que se fosse outro faria de igual maneira.
O outro dizia que o país está cheio de velhos e que a solução é deixá-los morrer; este diz que duas crianças não justificam a despeza. Pois bem, matem-se os velhos e acabem-se com as crianças. Depois, com um país de números virtuais, talvez se governe com mais eficácia.
Raio de país este!

6:13 da tarde  
Blogger Elipse said...

corrigindo:
"... nascem de geração espontânea e têm lucros mesmo sem terem vendas..."

6:14 da tarde  

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