Mitologias(I)- Prometeu
Prometeu, agrilhoado ao Caucáso, dilacerado eternamente, sofria amargamente. Uma dor amarela despedaçava-lhe a carne acorrentada em martírios, bicadas de profunda agonia abriam-lhe as janelas para as ruas do sonho. Sabia que amava, não sabia quem, a dor faz esquecer o alento do coração.
Quem também sonhava era a águia, por novos prazeres. Sempre a mesma carne, sempre o mesmo fígado azedo de tanta exposição. Que raio! Sempre a mesma coisa, sossega o estômago, mas não alimenta o espírito. Partiu em busca de novos sabores, novas formas que lhe aguçassem o apetite pela vida.
Prometeu fechou os olhos não suportava tamanha escuridão, tentou encontrar dentro de si alguma luz, algum amor esquecido no tempo. Tudo negro, abismais trevas abraçavam a alma. Abriu os olhos, um silêncio arrepiante embatia-lhe no corpo nu. O vento sôfrego nada trazia para além de uma ausência de sons. É da ausência que nasce a saudade. Saudade, as asas longas do amor. Agora sabia quem amava, amava a águia. A solidão é um tormento, mil vezes as portentosas garras do amor. Não existe amor sem dor. A solidão é insuportável, não há Deus que resista a tão assombrosa miséria.
Prometeu morreu sozinho. A única coisa que pode matar um Deus é ninguém se lembrar dele, é a solidão.
A águia procurava presas em vão, apercebeu-se mais tarde que também ela estava condenada a comer sempre da mesma carne. Regressou para a sua presa, um assombroso desalento abateu-se sobre a águia, sem alimento nem caça estaria agora condenada a vaguear pelo mundo como uma alma penada.
A Alma de Prometeu tentou o Olimpo, negaram-lhe um lugar pois todos os Deuses têm medo da solidão. A Alma de Prometeu coberta por uma manta de solidão bordada em fios de um amor dilacerantemente masoquista, restava-lhe apenas um lugar onde habitar eternamente, no coração da sua Criação.
Todos os homens sofriam de solidão quando descobriram o amor carnal nas garras afiadas de uma águia. Eis a salvação!
O Amor tem um campo de visão longínquo, pobre da águia que não se livrou de comer sempre da mesma carne, mas antes isso que ser uma alma penada.
Quem também sonhava era a águia, por novos prazeres. Sempre a mesma carne, sempre o mesmo fígado azedo de tanta exposição. Que raio! Sempre a mesma coisa, sossega o estômago, mas não alimenta o espírito. Partiu em busca de novos sabores, novas formas que lhe aguçassem o apetite pela vida.
Prometeu fechou os olhos não suportava tamanha escuridão, tentou encontrar dentro de si alguma luz, algum amor esquecido no tempo. Tudo negro, abismais trevas abraçavam a alma. Abriu os olhos, um silêncio arrepiante embatia-lhe no corpo nu. O vento sôfrego nada trazia para além de uma ausência de sons. É da ausência que nasce a saudade. Saudade, as asas longas do amor. Agora sabia quem amava, amava a águia. A solidão é um tormento, mil vezes as portentosas garras do amor. Não existe amor sem dor. A solidão é insuportável, não há Deus que resista a tão assombrosa miséria.
Prometeu morreu sozinho. A única coisa que pode matar um Deus é ninguém se lembrar dele, é a solidão.
A águia procurava presas em vão, apercebeu-se mais tarde que também ela estava condenada a comer sempre da mesma carne. Regressou para a sua presa, um assombroso desalento abateu-se sobre a águia, sem alimento nem caça estaria agora condenada a vaguear pelo mundo como uma alma penada.
A Alma de Prometeu tentou o Olimpo, negaram-lhe um lugar pois todos os Deuses têm medo da solidão. A Alma de Prometeu coberta por uma manta de solidão bordada em fios de um amor dilacerantemente masoquista, restava-lhe apenas um lugar onde habitar eternamente, no coração da sua Criação.
Todos os homens sofriam de solidão quando descobriram o amor carnal nas garras afiadas de uma águia. Eis a salvação!
O Amor tem um campo de visão longínquo, pobre da águia que não se livrou de comer sempre da mesma carne, mas antes isso que ser uma alma penada.
5 Comments:
.....meu caro confrade, é sempre com muito prazer que eu e o meu companheiro lemos o que escreves, não te preocupes com algumas exigências que te são feitas por parte de outros confrades, eu e o meu companheiro adoptámos uma máxima, não recebemos conselhos de quem saiba mais, mas sim de quem faça melhor.....
Abraço
o texto é bom de mais (como tantos outros) para Eu o estragar com comentários. Prova-se, engole-se e pensa-se já no próximo trago...
contudo apraz-me realçar a seguinte frase:
"Todos os homens sofriam de solidão quando descobriram o amor carnal nas garras afiadas de uma águia. Eis a salvação!"
(será que estamos perante uma iluminação da mente?)
:)
Eu:
quando alguém escreve sobre mitologia, é porque está com uma crise de imaqinação. Para disfarçar isso modifiquei a história de Prometeu.
respondendo então: temos duas opções, a solidão e uma amor dilacerante. Qual escolher? Ao que parece mais vale a segunda opção.
Eis a salvação porque depois da morte de Prometeu o fazemos por livre escolha. É como dizer se somos obrigados e somos é melhor ir de livre vontande e disso tirar prazer embora doloroso.
Acho até que não está mal visto visto o prazer ser a oposição da dor, mas no fundo não existem oposições absolutas (ex: Yang e Yin)
Há amores assim... e sempre divinos. Vá lá entender as coisas da carne. Ou são as do coração?
Boa maneira de pegar no mito.
São coisas fundadoras, os mitos. E abordá-los quase sempre resulta em coisas com menos graça. Aqui senti que nada disso aconteceu e que o jogo de palavras/sentidos e as ambivalências casaram bem com a imagem do desafio, cujo castigo também pode ser este envolvimento.
Bonito, Carlos.
entre um cero ironizar um texto magnífico. prazer lê-lo. Bom f.s Bjs e ;)
Enviar um comentário
<< Home