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terça-feira, fevereiro 14, 2006

O Ideal

Enterrado na areia, no meio do deserto, sacrificava a cabeça num sol abrasador. Desidratava-se em lágrimas enxutas pelo pó. Daria todo o seu oiro e sangue pela gota da salvação.
Chegou, um homem que partilhou da sua água, não quis o seu oiro nem tão pouco agradecimento especial, apenas pediu que espalhasse a quem ali passasse o amor e o carinho pelos necessitados. O Enterrado na areia agradeceu com toda a sua alma, e prometeu pelo seu sangue que assim o faria.
Veio uma linda mulher, o Enterrado na areia, contou-lhe do gesto nobre do homem que ali passou que nada em troca pediu. A mulher enternecida pela grandiosidade do homem que ali passou deu-lhe um beijo doce de ternura para matar a solidão do Enterrado na areia. Também nada pediu em troca além de que voltasse a espalhar a mensagem de carinho e amor pelo próximo, por quem ali passasse.
Chegou o Coveiro, o Enterrado na areia estava desmaiado e nada disse, então o Coveiro mediu-lhe as pulsações, apercebendo-se que o Enterrado na areia estava vivo, desenterrou-o e transportou-o para um lugar à sombra. O Desenterrado despertou, não se lembrava de nada, apenas sabia que tinha de passar a mensagem de amor entre os homens. O Coveiro respondeu que tinha perdido a fé nos homens e não acreditava no Amor Entre os Homens, durante a sua vida já o tinha enterrado muitas vezes. O Desenterrado partiu e nunca desculpou ao Coveiro, o seu desinteresse pela humanidade." São as sementes do mal que nos colocarão um dia às portas do Inferno", disse o Desenterrado.

18 Comments:

Blogger Eu said...

Eu gostaria de ver duas inquietações satisfeitas:
1. "O Coveiro respondeu que tinha perdido a fé nos homens e não acreditava no Amor Entre os Homens, durante a sua vida já o tinha enterrado muitas vezes." - então, na tua opinião, o que o levou a desenterrar o Enterrado?

2. ""São as sementes do mal que nos colocarão um dia às portas do Inferno", disse o Desenterrado." - será o enterrado ele próprio uma semente "desse mal", que, ao contrário das sementes biológicas, germinam quando desenterradas?

11:39 da manhã  
Blogger alyia said...

ai ai ai que eu ando desatinada...
Gostei do conteúdo, mas que aconteceu à tua escrita? Repetição pouco enquadrada de palavras, "cadê" os sinónimos que vinham mesmo a calhar?! Tu escreves muito melhor que isto!! Ora vê lá se pões a cabecinha no lugar (ou então sou eu, que é o mais certo)

11:59 da manhã  
Blogger Carlos Estroia said...

O Vitor, foi a Sandra que me chateou por causa da ultima história, chateou-me e disse-lhe espera cinco minutos que vais ver como não sou morbido- e sai isti repentinamente. Vitor aqui não sou eu nem tive tempo de pensar senão o gajo ficava mesmo enterrado.

neith: também lamento

Eu:
1- Não acreditar é diferente de Não Ter. Ter enterrado muitas vezes o Amor é que provavelmente como Coveiro já teria enterrado muitas crianças ou pessoas mortas pelo amor e pela paz pela liberdade, etc. (estilo guerras)
2. É mais difícil de explicar mas tem um duplo sentido: a)o primeiro é obvio que é o odio do DEsenterrado que vai contra a fé dele e apelidou logo de semente do mal.(Tu explicavas tudo ("o contrario das sementes biológicas")
se não colocassses o(?).
b) O cOveiro era um homem de acção e não de palvras não acreditava mas tnha Amor)portanto agia como Amor, Só que infeluizmente às vezes não é suficiente executar é necessário também mostrar, Muitas vezes a Descrença do Coveiro ( apesar das suas acções podem levar a conflitos)
Para dar um exemplo: Tenho um colega meu que é voluntário em tudo e mais alguma coisa (voluntário não remunerado)
mas é daqueles tipos que é muito difícil de gostar à primeira:Está sempre a falar mal de tudo, secalhar porque viu muita miséria escondidos atrás de moralismo, mas eu não sou psicologo. ( Espero ter explicado)

Alya: Isto é passageiro, e já te disse que não és tu que sou eu lê o que eu escrevi para o Vitor (127 wrc) que vais perceber.
Abraços

5:26 da tarde  
Blogger Carlos Estroia said...

Flor: Nem por isso, longe até
Isto é eu nem ideais tenho, digamos que tenho uma meta estilo uma etapa da Volta a Portugal
Os meus ideais são pequenas metas, não tenho o IDeal de Amor entre todos, Paz e etc. é impossivel só existira quando ficarem não mais que 5 pessoas no Planeta e 1 em cada continente

5:31 da tarde  
Blogger Ana said...

Será que o Coveriro não acredita mesmo no amor entre os Homens??? Então o que o levou a desenterrar o Enterrado??? Se não acreditasse nesse amor não teria salvado a vida do Enterrado!

5:55 da tarde  
Blogger Eu said...

explicaste algumas coisas, mas outras são susceptíveis de debate (infelizmente este não será o meio mais apropriado para o fazer)

obrigado pelo esclarecimento

;)

6:31 da tarde  
Blogger Carlos Estroia said...

Eu:
Infelizmente, não dá para debater, mas felizmente há mais dias que chouriças

Flor:
Este blog, surgiu apenas de uma brincadeira, para desfazer (dai o nome Sátiras) de alguns preconceitos e principalmente contra os os anti-preconceito. Depois tomou outro rumo. Porque?
Porque sempre escrevi muito e só poesia, mas um dia tive a consciência que a minha poesia não valia nada e queimei tudo_( e se quiseres e na minha opinião a Poesia é arte suprema, o romance é apenas uma coisa de quem tem não tem jeito para mais, infelizmemte também há poesia que não vale nada e o pior é que está publicada, sem qualquer tipo de estética)
Portanto este blog, virou para o conto e como não tenho capacidade para fazer boa poesia pretendo escrever um romance, já plantei muitas árvores, um filho vem a caminho só falta mesmo o livro.
Pronto, este blog virou experimentalismo, os textos que aqui coloco são sempre de improviso, nunca os modifico nem que tenha erros ortográficos( como escrevo (inconscientemente) assim ficam),o objectivo nem é fazer bons contos, o objectivo é encontrar um estilo de escrita, por isso experimento vários até encontrar o "que me estiver no sangue", no fundo é lixo (estes textos) a ver se erro tanto de maneira que depois só me sobre a perfeição. ;)

Quanto ao Ideal, não tenho mesmo.
Gosto de coisas simples e o simples é diferente do Ideal, o Ideal é para pessoas que não compreendem a simplicidade. Não quer dizer que eu a compreenda.

Este blog não passa então de lixo, e o pior é que nem é simples.

Lixo aqui está no bom sentido, no erro como dimensão positiva.
Abraços

Ana:
Já expliquei isso( embora mal), tudo o que aqui escrevo é inconsciente e nem eu por vezes sei tirar o devido significado daquilo que escrevo.
Cada um que imagine aquilo que quiser e como quiser, desde que faça pensar ou desencadear imaginação já é bom.

Mas se quiseres, vê o Coveiro como um médico sem fronteiras, que faz voluntariado num país em guerra e que uma das frações desencadeou a guerra por causas nobres. O médico está atentar salvar vidas do outro lado da barricada ( do lado dos maus) e vê muitas crianças inocentes a morrer-lhe nas mãos e as vezes tem mesmo que as enterrar, porque os pais da criança já morreram, outras vezes consegue salvar-lhe a vida e depois à mesma criança, porque lhe dizem que lutar por uma causa nobre é digno, colocam-lhe uma arma nas mãos, e o médico volta a curar ou enterrar outra criança agora ferida por a última que curou.
Já ouvi Alguns destes médicos falar, são sempre contra a guerra, não acreditam nas boas intenções e no entanto não sabem fazer outra coisa do que tentar levar a cura (Amor) a gente necessitada.
Abraços

7:58 da tarde  
Blogger Carlos Estroia said...

Outra coisa para quem ler isto:
Dificelmente podem rever(ou revelar) as minhas opiniões pessoais nos textos que escrevo.
E se escrever histórias que vão contra a sensibilidade das pessoas não é com objectivo de as ofender.

8:17 da tarde  
Blogger alyia said...

"lê o que eu escrevi para o Vitor"
era só o que faltava! eu não sou mal educada nem cuscovilheira para andar a ler as coisas dos outros!! lol

Feliz dia dos namorados Carlos!

10:24 da tarde  
Blogger Carlos Estroia said...

Vitor:
"Teoria do cobrir", vai surgir mais tarde ou mais cedo, não quero forçar, quero fazer uma homenagem à sabedoria do Vieira. Para o Timóteo também vem ai asneira.
E o Jp: Com o "Queremos ..." também não escapa
E tu também não escapas com a teoria dos telemóveis.

2:37 da manhã  
Blogger Mac Adame said...

Para um coveiro deve ser um bocadinho difícil acreditar em determinadas coisas. Trabalho ingrato, esse.

4:37 da manhã  
Blogger LUA DE LOBOS said...

gostei e tem algumas conclusões interessantes. Passei para te agradecer os teus votos .... e que bom se eles se concretizassem :::))
xi
maria de são pedro

9:06 da manhã  
Blogger Conceição Paulino said...

ou o ludíbrio. Afinal ocoveiro salvou-o.Mediu-lhe a sulsações, não ficou pelas aparências de morte, desenterrou-o, cuidou-o....
Obrigada pela msg k deixaste lá em casa. para ti e teus o mesmo, no mínimo.
O amor ou é dia a dia ou é outra coisa.
boa semana. Bjs e ;)

11:13 da manhã  
Blogger segurademim said...

... o desenterrado é um ingrato, um alienado, foi o sol que lhe queimou os miolos! já não diz coisa com coisa!

gosto deste teu ideal, partilho o gosto pelo deserto e o seu silêncio, sem enterrados, mas com ideias tão férteis como esta

:)

1:37 da tarde  
Blogger antónio paiva said...

......moral da história, deu origem a outras histórias, nem sempre somo tão bons como gostariamos, nem sempre ~somos tão bons como nos exigem......
Abraço

3:00 da tarde  
Blogger Amaral said...

Isto dos contos dão sempre pano pra mangas. Eu sempre gostei de contos, já disse uma vez. Mas gosto dos contos curtos. São os mais difíceis de conceber e são os que exigem mais dos seus autores. Para se chegar "ao que se quer", não se pode gastar espaço em "palha"... E a "ideia" tem que lá estar...
Esta história do Enterrado, do Coveiro e do Desenterrado até dá que pensar… O primeiro, desgraçado, até tinha oiro (não sei onde… nem tão pouco se lho levaram…. acho que não…), não tinha mais nada, nem liberdade, nem salvação… ali, no meio do deserto… mas pronto, lá ficou com o "encargo" de espalhar o amor e o carinho... pena que fosse no deserto, talvez à porta dum cemitério houvesse mais gente... sei lá...
Depois, uma mulher... linda, ainda por cima, e o desgraçado… enterrado… sem nada poder fazer (lá levou uma beijoca, nada mau…), e… deve ter "espalhado" a mensagem… mas ficou na mesma enterrado, à espera do próximo…
Mas como todo o conto tem um fim, o Coveiro apareceu e fez o que não devia… espalhou ele o amor e carinho, desenterrrando o Enterrado, ele cuja profissão era enterrar, mas a comoção lá o fez acreditar na fé que perdera e vai daí ficou com as culpas todas. Porque o Enterrado, agora Desenterrado, partiu do deserto e foi pregar para outro lado o amor e o carinho, mas não desculpou o Coveiro de o ter salvo, isto é, de ter as sementes do mal...
Carlos, diverti-me imenso com o conto. Está bem descrito, engraçado, curto (que bem interessa…), e… dá gozo ler…

6:07 da tarde  
Blogger Winterdarkness said...

Não sei se acredito em segundas oportunidades mas no entanto, não lhes fecho a porta! Nós podemos distribuir amor e carinho aos próximos; às vezes faço isso naturalmente mas parece que os outros pouco se importam, Fazem pouco disso e`às vezes fazem-nos sentir como lixo. No entanto, acho que não é um desperdício de sentimentos! Kiss

11:42 da tarde  
Blogger greentea said...

a escrita , as ideias saiem naturalmente. De certo modo reflectem o que temos cá dentro, talvez no inconsciente sem darmos por isso, talvez os resquicios de outras vidas, quem sabe?
Por vezes, não dou conta do que estou a escrever, não penso, não sei. mas as paladvras vêm à tona. Tal como quando procuramos alguém, algum tema - ele acaba por nos aparecer...
Hátempos disseram-me para escrever um livro. Fiquei a pensar , a mastigar, adigerir e fui escrevendo fui anotndo ideias, fui concebendo o livro na minha cabeça. Um dia perto do super onde ia às compras vejo um cartaz para um concurso literário. Acabei o livro e concorri! O blog tb me tem ajudado, forçado a pôr as palavras cá para fora...
Gosto de ler as tuas histórias. Esta última não sei porquê trouxe-me à ideia o Alquimista.
Obrigada pelos teus votos. Tive um bom dia com muito trabalho mas qd entrei em casa às 9 h da noite tive uma óptima recepção.
Acho que te devia ter indigitado para continuaresos meus "Detesto..."
Bjs

12:52 da manhã  

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